domingo, 26 de dezembro de 2010

"SP foi um dos melhores shows que já fiz"

Confira esta entrevista que Paul McCartney deu, em 17 de dezembro, ao seu site oficial logo após encerrar o show no 100 Club, pequena sala de espetáculo no centro de Londres, para apenas 300 pessoas. Uma curiosidade: o show começou às 13 horas.

Com a voz rouca, Paul comenta das diferenças ao fazer shows para pequenos e grandes audiências e ao ser perguntado do ano, ele cita o primeiro show de São Paulo, em 21 de novembro, no Morumbi, como um dos melhores do ano - e um dos melhores que já fez.

Acompanhe abaixo a entrevista traduzida ou em inglês



Repórter: Parabéns pelo ótimo show, como se sente ao tocar no 100 Club?
Paul: Parecia fantástico, você sabe, porque estamos voltando às raízes, me lembrou do Cavern e além, e foi muito bom. É um ótimo pequeno palco e você sabe ficamos tão felizes em ser parte da campanha para salvá-lo porque ele é bom demais para perder, é um ótimo ponto de encontro pequeno e central em Londres. Nós tivemos um grande momento. É ótimo tocar em pequenos clubes e o público estar tão perto eu até esqueço isso, é como se você estivesse jantando com eles. Mas foi ótimo, foi muito legal e nós nos divertimos, sentimos que tocamos bem e sentimos que o público respondeu bem, fora o fato de que fazia uma hora que eu saía da cama, foi ótimo, nos divertimos.

Se você pode lotar qualquer estádio, qualquer arena que quiser, então por que um clube?
Você sabe é legal em grandes estádios porque qualquer pessoa que queira ver consegue e é bom fazer grandes shows épicos, mas voltar a um pequeno clube como esse é emocionante e eu realmente acho que após tocar em grandes estádios este ano nós quisemos levar essa coisa toda de volta à nossa casa na Grã Bretanha. Então voltamos ao 100 Club e que é tão pequeno quanto você pode conseguir, e é muito íntimo, muito divertido e nós tivemos uma rajada de vento. Quer dizer, eu não havia tocado na hora do almoço desde os tempos do Cavern, e toda essa coisa de sair da cama e se preparar para um show onde você vai ter que cantar algumas notas muito altas é interessante e nos divertimos muito.

E foi aparentemente o menor show solo que você já fez?
Eu acharia que é bem provável, acho que no Cavern cabia mais gente do que no 100 Club, mas é ótimo, esses pequenos lugares são excelentes e todos nós da banda nos divertimos

Então você acha que podemos ter uma turnê de clubes no próximo ano?
Não, em uma palavra, não.

Ok, está bem. Tem sido um ano incrível de shows para você e é claro que você tem alguns concertos a fazer e termina com Liverpool, foi uma escolha intencional? Você está ansioso em voltar lá?
É, você sabe, é interessante porque 100 Club e no Academy O2 em Liverpool são locaisonde meu filho James fez shows este ano, então ele fez um reconhecimento e então estamos o seguindo nessas pequenas apresentações, mas é ótimo, quero dizer, eu amo voltar a Liverpool lógico porque é minha cidade natal e tenho vários parentes lá e depois de termos ido ao Brasil e Argentina e América é ótimo estar volta em casa e estar de volta a Liverpool é uma sensação boa no fim do ano para trazer aquela sensação de estar de volta ao lar é de fechar um ciclo, e estou tão ansioso e a banda também de ir a Liverpool e botar para quebrar

Você poderia escolher um momento do ano como destaque ou ponto alto? Foi um ano incrível.
Foi um ano incrível, mas vou escolher dois. Eu acho que São Paulo, 65 mil pessoas no primeiro show foi maravilhoso, os brasileiros amam sua música e nós adoramos tocar para eles e foi um show que se destacou. Foi um de nossos melhores shows de sempre, foi simplesmente brilhante, a plateia pirou e nós tivemos uma ótima noite. E então vou à sala East na Casa Branca, pequena mas grande por causa de Obama e seus convidados que estavam na apresentação e tivemos uma ótima noite também, então eu escolheria esses dois shows.

Você está dizendo que a Casa Branca foi um aquecimento para hoje?
A Casa Branca não foi um aquecimento

Não como um show num pequeno clube?
Uh, não, eu não vou pegar a isca, você sabe que a Casa Branca foi brilhante em sua própria maneira já que eu nunca toquei lá, eu nunca conheci um presidente em exercício e eu sou grande fã desse presidente e sua esposa e sua família, todos estávamos realmente voando baixo por tocar naquele lugar e todos os envolvidos nesse show, era algo que estávamos falando várias semanas depois, então foi ótimo, não foi um bom aquecimento para o Clube 100, mas foi fantástico.


Brilhante, muito obrigado.




Q: Congratulations on a great show, how did it feel to play the 100 Club?
PAUL: It felt fantastic y'know because we're going back to the roots, reminded me of the cavern and beyond, and it was really nice. It's a great little venue and y'know so we were happy to be part of the campaign to save it as a venue cos it's too good to lose, it's a great little central London venue. We had a great time. It's great playing those little clubs and the audience is so up close I mean forget it, it's like you're having dinner with them. But it was great it was really cool and we enjoyed it we felt we played good, and we felt the audience responded well so outside of the fact that it was an hour after I'd got out of bed, it was great we had fun.

So you could fill pretty much any stadium, any arena you wanted to, so why the club gig?
Y' know I mean it's nice playing the big stadiums because everyone who wants to see you can get in and it's good doing the big epic shows, but coming back down to a little club like that is exciting and really I think the thing was having played a lot of big epic stadium shows this year we wanted to kind of bring the whole thing back home to Great Britain and have a great time in great Britain. So we've come back to the 100 club and that's about as small as you can get, and it's very intimate very good fun and we had a blast I mean I haven't played a lunchtime show since the Cavern, and the whole idea of getting out of bed and trying to get yourself ready for a show where you're going to have to sing some very high notes is interesting and we had a great time.

And that was your smallest solo show ever apparently?
I would think it probably is yeah I think The Cavern held more than the 100 Club, but it's great, those little places are great I think we all enjoyed it in the band.

So do you think we'll see a club tour next year?
No, I think in a word no.

Ok fair enough. It's been an amazing live year for you obviously you've got a couple of gigs to go you're finish in Liverpool is that a conscious choice? Are you looking forward to going back there?
Yeah y'know it's interesting cause the 100 Club and the Academy O2 in Liverpool are two gigs my son James did this year so he did the reccy and y'know we're following him into those gigs, but it's great I mean I love going back to Liverpool of course cos it's my home town I've got a load of relatives there and after we've been to Brazil and Argentina and American and been all over the place it's nice to come back home and so y'know we come back to Liverpool and it's just a good feeling at the end of the year to bring the whole thing home feel like you're going full circle, and so I'm looking forward, the band are all looking forward to getting up to Liverpool and getting up north man c'mon.

Could you pick one live moment of the year as a stand out highlight? It's been an incredible year.
It's been an incredible year, I think you've got, I would pick two. I think Sao Paulo, 65,000 people the first show was amazing the Brazilian people love their music and so we love to play to them and it was a stand out show. It was one of our top shows ever, and it was just brilliant, the audience was bananas and we have a great evening. And then I think you know you come down to the East room in the White House, smaller but just as great because of the Obamas' and the guests who were on the show so we had a great evening there too so I would choose those two.

Are you saying the White House was your warm up for today?
The White House was not a warm up.

Not like a small club gig there...
Uh no I'm not going, accepting that bait, y'know the White House was brilliant in it's own way I'd never played there, I'd never met an incumbent President and I'm big fan of this President and his wife and his family so we all were actually very buzzed to play that place and everyone involved in that show, it was something we were talking about for a good couple of weeks afterwards so it was great, it was not quite a warm up for the 100 Club, but it was fantastic.

Brilliant, thanks a lot.

Faixa de Abbey Road vira patrimônio histórico e Macca festeja

A faixa de pedestres mais famosa do mundo ganhou, no dia 22 de dezembro, o status de patromônio histórico da Inglaterra.

Imortalizada na capa do disco Abbey Road, onde os Beatles realizaram sessão fotográfica em 1969, a sinalização é primeira do tipo a entrar na lista "Grade 2", na qual prédios e obras arquitetônicas são tombados como reconhecimento de sua importância histórica e cultural.

O prédio do estúdio que leva o nome da rua - e é considerado o templo dos Beatles - já havia recebido a certificação em fevereiro deste ano.

John Penrose, ministro de Turismo da Grã Bretanha, disse que a faixa não é um castelo ou uma catedral, mas uma sessão de fotos de 10 minutos com os Beatles numa manhã de agosto de 1969 foram suficientes para atender às reivindicações para se tornar o local em patrimônio histórico da Inglaterra.

Para Roger Bowdler, chefe do Patrimônio Inglês, esse é um caso raro. "Apesar de uma estrutura modesta, a travessia tem renome internacional e continua a ter enorme apelo cultural." Ele se refere ao local como a "Meca dos Beatles" pelo fato de tanta gente ir até lá e imitar a travessia.

Sir Paul McCartney gostou muito do presente: "Este tem sido um ano ótimo para mim e um grande ano para os Beatles e saber que a faixa de Abeey Road vai ser preservada é a cereja do bolo", festejou.

Em 1993, McCartney já havia homenageado o local com uma réplica da capa de Abbey Road para seu álbum de músicas ao vivo 'Paul is Live'. Na foto, ele e um de seus cachorros atravessam a faixa.

A residência de Paul em Londres, em Cavendish Avenue, fica a apenas dois quarteirões do estúdio.

Na homepage do blog Beatles-BR você pode conferir as imagens ao vivo de uma câmera que fica em Abbey Road. Basta clicar sobre o link.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Paul distribui batatas e chás aos fãs em Liverpool

Paul McCartney fez sua última apresentação do ano em sua cidade natal, dia 20. Ele tocou no O2 Academy, em Liverpool, para apenas 1.200 pessoas feitas sardinhas em lata. Algumas curiosidades sobre este show, numa Liverpool coberta de neve:

- Paul chegou dirigindo seu próprio carro, com Nancy Shevell ao seu lado

- Antes do público entrar, pessoas viram a pequena Beatrice, filha de 7 anos, dedilhando seu piano

- Durante a apresentação, citou que havia vários familiares na plateia e fãs de todo o mundo



- Inspirado, fez discurso de que os políticos deveriam ouvir e atender as pessoas comuns, referindo-se às antigas instalações do Carvern Club, local onde os Beatles iniciaram a carreira e foi demolido posteriormente. Depois disse: "Se eles podem desenterrar as pirâmides então por que não o Cavern?"

- Paul não cantou "Live And Let Die" (o que também não ocorreu no 100 Club, de Londres) por questões de segurança com a pirotecnia.

- Também não tocou "Here Today" nem "Wonderful Christmastime"

- Quando retornou para o bis e a plateia ainda estava cantando "Hey Jude", ele disse: "Estou feliz por vocês me chamarem de volta!"

- Por fim, a organização distribuiu brindes na saída e ainda batatas fritas, chá e café para os fãs que enfrentariam o frio e a neve de Liverpool

Confira o set list de Liverpool O2 Academy, 20 de dezembro de 2010

1. Honey Hush
2. Magical Mystery Tour
3. Jet
4. Got To Get You Into My Life
5. All My Loving
6. One After 909
7. Drive My Car
8. Let Me Roll It/Foxy Lady (cantarolou trecho de "Baby Face")
9. The Long and Winding Road
10. Nineteen Hundred And Eighty Five
11. Don't Let The Sun Catch You Crying
12. Maybe I'm Amazed
13. Blackbird
14. Calico Skies
15. I've Just Seen A Face
16. And I Love Her
17. Petrushka
18. Dance Tonight
19. Eleanor Rigby
20. Hitch Hike
21. Highway
22. Something
23. Band On The Run
24. Back In The USSR
25. Ob-La-Di, Ob-La-Da
26. Back In The USSR
27. A Day In The Life/Give Peace A Chance
28. Let It Be
29. Hey Jude with Baby Face intro

Bis 1
30. Day Tripper
31. I Saw Her Standing There
32. Get Back

Bis 2
34. Yesterday
35. Lady Madonna
36. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band/ The End

Fontes: Liverpool Echo, Liverpool Daily Post, Donna Jackson and Bob Gannon, do MaccaReport.com/ Fotos: Liverpool Daily Post e Donna Jackson

domingo, 19 de dezembro de 2010

McCartney diz que 1º show em SP foi um dos melhores da carreira

A passagem de Paul McCartney não será inesquecível apenas para os brasileiros que puderam acompanhar aos seus três shows neste ano. Em entrevista ao seu site oficial, o ex-Beatle afirmou que sua primeira apresentação em São Paulo, no dia 21 de outubro, está entre os melhores de sua carreira.

Perguntado se poderia citar dois grandes momentos de 2010, McCartney lembrou a sua apresentação na Casa Branca, quando ganhou o Prêmio Gershwin de Música Popular da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, e o primeiro show paulistano.

"Eu diria que [o show de] São Paulo, as 65 mil pessoas do primeiro show foram incríveis. Os brasileiros amam sua música e nós amamos tocar para eles, então foi um show único. Foi um de nossos top shows de todos os tempos, foi simplesmente brilhante. O público estava insano e tivemos uma ótima noite", elogiou.


Fonte: G1

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Os passos de John Lennon em Nova York

No início de novembro tirei uma semana de folga lá do jornal e viajei para Nova York. Como já estava por lá e faltava apenas algumas semanas para completar 30 anos da morte de John Lennon, resolvi apurar como estava a cidade que abrigou o beatle durante nove anos. O resultado dessa curiosidade é a matéria abaixo, que acabou sendo publicada no dia 5 de dezembro no caderno de Variedades do Jornal da Tarde. Ah! O sujeito com uma jaqueta preta e gorro na cabeça sou eu posando de turista. Todas as fotos da matéria foram feitas por mim, exceto (obviamente) onde John Lennon aparece. Essas fotografias foram feitas por Allan Tannenbaum e gentilmente cedidas para essa reportagem.

Por:
Felipe Branco Cruz, de Nova York

Há mais de 100 anos, a guarita de segurança, de cor dourada e em art-déco, está no mesmo lugar: ao lado do portão que dá acesso ao edifício Dakota, no número 1, da Rua 72 oeste, em frente ao Central Park, numa área nobre de Nova York. Exatamente ao lado dessa guarita, John Lennon foi assassinado em 8 de dezembro de 1980, quando chegava ao prédio. Ele morava aqui. Até hoje, Yoko Ono, a viúva do Beatle, mora no apartamento de 34 cômodos em que o casal vivia, no último andar. Desde a morte de Lennon, há 30 anos, o edifício virou ponto de peregrinação de fãs, que tiram fotos em frente ao portão.


Num ponto do Central Park, bem em frente ao Dakota, a pedido de Yoko Ono, foi construído, em 1985, um jardim batizado de Strawberry Fields, onde um mosaico com a palavra "Imagine" – um dos muito clássicos de Lennon – é uma espécie de memorial ao cantor. Ali, ônibus de turismo param a todo instante, com pessoas que tiram fotos junto ao mosaico, sempre adornado com flores.

Nova York, onde ele morava desde 1971, está repleta de referências a John Lennon. E de pessoas que têm vivas na memória lembranças do cantor que virou símbolo da luta pela paz. O fato é que, até hoje, Nova York respira Beatles. E Lennon. Ironicamente, ele costumava dizer que escolhera a maior cidade dos Estados Unidos para viver porque ali se sentia seguro, podia sair pela porta da frente de sua casa para jantar num restaurante, sem ser perseguido. Acabou sendo morto em frente ao prédio em que morava.

Erguido em 1884, o edifício Dakota é apenas um dos pontos de Nova York que atrai a atenção de fãs e curiosos sobre John Lennon. Quando foi assassinado por Mark David Chapman, às 22h50 de 8 de dezembro de 1980, com quatro tiros, o cantor estava acompanhado de sua mulher. Os funcionários do Dakota não gostam de falar sobre o episódio. “A senhora Yoko Ono não está em casa. E mesmo que estivesse eu não iria incomodá-la. Não podemos falar mais nada, por medidas de segurança. Se quiser falar com ela, mande uma mensagem pelo Twitter”, disse o segurança, de dentro da guarita dourada.

Por si só, o Dakota já é uma atração turística em Nova York. O folclore local diz que o prédio é mal assombrado. E não é por menos. Afinal, o edifícil já serviu de locação para o assustador filme "O Bebê de Rosemary", dirigido por Roman Polanski. Dentre seus ilustre moradores, viveu ali nada menos que Boris Karloff, que no cinema deu vida ao assustador "Frankenstein".

No memorial do Central Park, o clima é outro. Ali, permanentemente há músicos tocando canções dos Beatles, como o grupo cover The Meetles, que também se apresenta diariamente nas estações de metrô. Mas o personagem mais icônico do local é o nova-iorquino Airton Ferreira dos Santos Júnior. Aos 46 anos, esse filho de brasileiros tem jeitão hippie e há 17 anos vai todos os dias ao Central Park, especialmente para enfeitar o mosaico com flores. “Sempre arrumo de um jeito diferente”, diz ele. Para a tarefa quase religiosa, ele usa, por dia, seis dúzias de flores. “Mas não gasto nada. Todas as flores são doadas por floriculturas da cidade”, conta. “John nos ensinou que a paz é possível. Faço isso pela paz”.


Fotos feitas por Allan Tannenbaum em 1980, semanas antes de John Lennon morrer.
As imagens foram usadas no clipe da música "(Just Like) Starting Over"




Um cara simples e divertido

Outro homem cuja vida está fortemente ligada a John Lennon é o fotógrafo Allan Tannenbaum, 65. Ele ficou famoso por fazer fotos históricas de Lennon e Yoko, que adoravam passear no Central Park. Tannenbaum é autor de fotos célebres do Beatle, incluindo algumas dessa reportagem e as fotos do making of do clipe "(Just Like) Starting Over" (veja o clipe abaixo), durante o qual Lennon e Yoko ficam completamente nus. O fotógrafo não chegou a se tornar amigo do cantor. Mas tinha uma boa relação com ele e o conhecia como uma pessoa comum, não apenas como o ídolo mundial. “John fazia piadas o tempo inteiro. Era um cara muito divertido”, conta Tannenbaum. “Dez dias antes de ele ser assassinado, eu fiz fotos de John na casa dele”, lembra. Casado com uma brasileira, ele já teve fotos publicadas na capa de algumas das maiores revistas do mundo, como Time, Newsweek, Rolling Stone e a extinta revista brasileira Manchete. “John e Yoko formavam um casam muito próximo. Ele a chamava de mãe. E, realmente, John não era importunado em Nova York. De todas as vezes que estive com ele pelas ruas da cidade, só duas pessoas pediram autógrafo. Nunca imaginei que ele iria morrer daquele jeito”.

Clique aqui e veja todas as fotos que Allan fez de John Lennon

Quando foi morto, John Lennon tinha 40 anos. E estava se cuidando. Havia largado as drogas e o álcool. O escocês Matthews Mahir, 71 anos, dono do bar McSorley’s Old Ale House – o mais antigo de Nova York –, comprova. O lugar, fundado em 1854, era o bar preferido de Lennon e de outras celebridades mundiais, como Elvis Presley, Muhammad Ali e o ex-presidente John Kennedy. Todos fregueses de Mahir. “John se sentava numa mesa no canto e sempre usava um chapéu que lhe escondia as orelhas”, conta Matthews. “Ele não bebia cerveja e adorava o nosso cheese burguer”. O cantor gostava de pedir um refrigerante e, após comer o sanduíche, ficava uma ou duas horas apenas sentado, olhando o movimento. “Era um cara simples e divertido. Na primeira vez que ele veio ao bar, eu não o reconheci. Daí, ele disse: ‘Você sabe quem eu sou?’. Depois, deu um sorriso e me abraçou”, lembra. Matthews Mahir também fazia o papel de segurança e não deixava nenhum fã incomodar seu cliente. “Poucas pessoas o reconheciam ou tinham coragem de falar com ele”.

Há 2 meses, o mundo celebrou os 70 anos de nascimento de John Lennon. Agora, haverá eventos para marcar os 30 anos da sua morte. As duas datas são responsáveis diariamente por matérias nas televisões americanas sobre Lennon e também por aquecer o mercado editorial com novos livros. O cinegrafista Adam Shanker, 49 anos, é personagem de um desses livros: "8 de Dezembro de 1980. O Dia em que John Lennon Morreu", ainda não lançado no Brasil. A obra, escrita por Keith Elliot Greenberg, acompanha a trajetória de diversos nova-iorquinos no dia em que o Beatle foi assassinado. Na época, Shanker tinha apenas 19 anos e era barman. “Foi um grande choque”, diz ele, que guarda todos os jornais da época. “Comprei todos os exemplares que achei. Sou muito fã de John Lennon. No dia seguinte à sua morte, eu era uma das mais de 100 mil pessoas que foram homenageá-lo num show no Central Park”.

Clique aqui para ver uma entrevista com Keith Elliot Greenberg feita pela BBC

A presença de Lennon também pode ser sentida em outros lugares de Nova York, como no bar Hard Rock Café, na Times Square, que possui um museu com os ternos usados pelos Beatles no início da carreira, além de instrumentos e capas de discos autografadas. No bar, há, inclusive, um memorial para Lennon. Mas se você quiser se sentir próximo dos Beatles, o ideal é visitar o Museu de Cera Madame Tussaud (veja a foto acima), também na Times Square, onde é possível ver em tamanho real estátuas de cera dos Beatles bem no início da carreira durante a Beatlemania.

Outro ponto bacana de se visitar também é a ONU - Organização das Nações Unidas. Lá está em exposição a obra de arte "Arma em Nó", criada em 1980 em memória de John Lennon. Seu criador, o artista Carl F. Reuterswärd, doou esta escultura à Yoko Ono, que por sua vez à doou para as Nações Unidas, onde está em permanente exposição. Essas são apenas algumas das homenagens ao homem imortalizado por sua vida e obra, fundador da mais importante banda de todos os tempos e até hoje lembrado pela canção "Imagine". E que perdeu a vida justamente quando despontava como um dos maiores lutadores pela paz mundial.


Clique aqui para relembrar dez fatos importantes na vida de John Lennon

Clique aqui para ouvir algumas das principais canções dos Beatles

Clique aqui para ouvir as canções que marcaram a carreira solo de John Lennon

Assista ao clipe de (Just Like) Starting Over

sábado, 11 de dezembro de 2010

Paul McCartney agradece aos fãs brasileiros e argentinos

Muito legal esse vídeo que Paul McCartney fez para agradecer ao público brasileiro e argentino pelos shows que ele fez no mês passado. No vídeo ele aparece cantando a música 'Here Today'










quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Trinta anos depois de sua morte, legado de John Lennon continua a dar lucro



Fonte: Jornal Extra

Há 30 anos, o mundo perdia John Lennon. Por volta das 22h50m do dia 8 de dezembro de 1980, uma segunda-feira, o ex-beatle e sua então mulher, Yoko Ono, voltavam para seu apartamento no edifício Dakota, em Nova York, quando o fanático Mark Chapman disparou quatro vezes nas costas do músico. Essa (triste) história, de conhecimento público, interrompeu o sonho de muitos beatlemaníacos que torciam pela reunião dos quatro rapazes de Liverpool, separados desde 1970. Mas a morte do músico não foi capaz de barrar nem seu legado musical, muito menos o financeiro. A corporação "lennoniana" se transformou em uma indústria movida por ávidos colecionadores, fãs, sua família e sua cidade natal.

No ano em que se completam três décadas de sua morte, Lennon apareceu em quinto lugar na lista da conceituada revista "Forbes" que reuniu as celebridades mortas mais lucrativas, com arrecadação de mais de US$ 15 milhões ao ano. As cifras se juntam ao espólio de cerca de US$ 630 milhões, herdado por sua polêmica viúva. A franquia Lennon inclui museus, exposições - e leilões - de seus manuscritos, a reedição de seu catálogo, tributos e musicais, biografias e um esforço conjunto de parentes e amigos para manter seu nome vivo. O jornal inglês "The Independent" listou algumas das principais fontes de renda do eterno beatle:

Memorabilia
US$ 550 mil foi o preço que a letra manuscrita do clássico "I'm only sleeping" alcançou em um leilão britânico no começo deste mês. Lennon é astro do rock que mais arrecada com a venda de memorabilia, de acordo com Stephen Maycock, produtor do leilão. Em junho, o manuscrito de "A day in the life" foi vendido por US$ 1,2 milhão em Nova York; em 1991, o mesmo pedaço de papel valia "apenas" US$ 69 mil. "Isso dá uma ideia do crescimento deste mercado. Há uma aura mágica em torno de Lennon", justificou Maycock.

Patrimônio
Um milhão: Este é o número de turistas que visitam Liverpool anualmente atrás da mística dos Beatles, com rendimento de até US$ 75 milhões para a cidade. O censo não contabilizou a multidão de fanáticos que invadiu a terra natal de Lennon para a celebração de seu 70º aniversário, em outubro, e que retornou para chorar sua morte esta semana. No próximo ano, o Museu de Liverpool vai abrir suas portas com muitas obras e referências ao ex-beatle. Richard Hector-Jones, portavoz do museu Beatles Story, de Liverpool, disse que sua frequência "expandiu-se enormemente" com visitantes do Brasil e do restante do continente americano.

Arte
US$ 7 mil é o preço médio desembolsado para se ter um desenho original feito por Lennon. Em 1986, Yoko começou a imprimir os desenhos de seu marido em lotes de 300 cópias cada. Segundo Jonathan Poole, curador de exposições e vendedor de arte, a empresa de Yoko pratica preços que vão de US$ 785 a US$ 7.800. Os críticos costumam desdenhar da porção artista plástico de Lennon, mas Poole defende: "Ele é um ícone. Muitas dessas imagens mostram o amor que ele tinha por Yoko e sua família e, o mais importante, a sagacidade de John".

Música
Dois milhões de músicas dos Beatles vendidas digitalmente através da iTunes Store em apenas uma semana. Demorou, mas o catálogo dos Fab Four finalmente foi disponibilizado na poderosa loja da Apple no mês passado. No último ano, os discos remasterizados dos Beatles venderam 2.25 milhões de cópias em poucos dias e as vendas do Beatles Rock Band chegaram aos 1.7 milhão de exemplares em quatro meses. O catálogo completo da carreira solo de Lennon também foi relançado em edição remasterizada em outubro deste ano, para marcar os 70 anos do fab four.

Filme, peças e livros
Três musicais baseados na música de John Lennon estão em cartaz. "Rain - A tribute to the Beatles" está no meio de uma temporada de 12 semanas na Broadway; "Love", do Cirque du Soleil se fixou em um teatro construído especialmente para o espetáculo acrobático em Las Vegas; "The sessions", inspirado nas sessões de gravações nos lendários estúdios de Abbey Road, terá sua pré-estreia na próxima sexta-feira, em Liverpool.

Uma simples busca por "John Lennon" na seção de livros da loja virtual Amazon entrega 5 mil resultados. O volume mais recente, "Life, times and assassination", do jornalista Phil Strongman, sugere que o astro foi assassinato a mando da CIA.

Na última sexta-feira, estreou nos cinemas brasileiros 'O garoto de Liverpool' (veja o serviço), de Sam Taylor Wood. "Nowhere boy" (no original) é estrelado por Aaron Johnson e narra a juventude de Lennon.

Amigos e família
US$ 785 milhões é o valor estimado da fortuna da viúva de John Lennon. É Yoko quem administra as propriedades deixadas por seu marido, controlando seus trabalhos artísticos, além de ser uma das acionistas-chave da Apple Corps, que detém o catálogo dos Beatles.

"White Feather: The spirit of John Lennon" é uma mostra de objetos pessoais de Julian e Cynthia Lennon - primogênito e ex-mulher do beatle - inaugurada em Liverpool no início deste ano para contar "a história emocional e íntimo da família Lennon". Sean, caçula de John, nascido de seu casamento com Yoko, é músico e diretor musical da Plastic Ono Band.

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