quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Enfim, é hora de ver Paul

Matéria que eu escrevi, publicada no Jornal da Tarde no dia do primeiro show de Paul McCartney

Por: Felipe Branco Cruz
Fonte: Jornal da Tarde

Somente quando os telões do Estádio do Morumbi começarem a exibir, às 21h, um vídeo de meia hora com a retrospectiva dos mais de 50 anos de carreira de Paul McCartney, é que as mais de 60 mil pessoas esperadas cairão na real de que, realmente, estão prestes a assistir, ao vivo, à performance histórica de um beatle em ação. Tem sido assim há mais de 20 anos. Sempre antes de suas apresentações, McCartney exibe um filme que parece dizer para a plateia: “oi, para quem não me conhece, este sou eu” (como se ele precisasse disso), ao mesmo tempo em que o coloca no devido patamar de uma lenda viva da cultura pop.

Mas antes de tocar em São Paulo nesta turnê, Paul fez show em Porto Alegre (7/11) e Buenos Aires, na Argentina (10 e 11/11), brindando o público com um generoso repertório (veja ao lado) de quase 40 músicas em três horas de apresentação. E quando se diz generoso, é porque nesse set list estão incluídas canções universalmente conhecidas, como Let it Be, Yesterday, I’ve Got a Feeling, Hey Jude, Live and Let Die e Band on The Run, compostas por Paul junto com os Beatles, com o Wings e depois em carreira solo.

Nesta, que é considerada uma das melhores turnês de Paul McCartney, Up and Coming Tour, o público testemunhará no palco um artista que não precisa provar nada para ninguém. Ele não estará ali por dinheiro (já que ele é um dos músicos mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões), nem por pressões de gravadoras, muito menos para agradar a alguém. Quando empunhar seu tradicional baixo Hofner, McCartney estará no lugar onde se sente mais à vontade no mundo: o palco, diante de milhares de pessoas.

Quem acompanha a trajetória de Paul sabe que, no início da década de 70, quando ele tinha acabado de deixar os Beatles e excursionava com sua nova banda, Wings, Paul se empenhava em provar aos fãs que era mais do que um ex-beatle – era um músico com personalidade própria. Por isso, se recusava a tocar o repertório da banda que o colocou na história. Vieram, então, os anos 80. Um período cheio de problemas para o músico e marcado sobretudo pela morte repentina de seu amigo John Lennon. E, em meados dessa década, veio o fim do Wings.

Paul só começou a retomar o repertório dos Beatles nos anos 90.No começo, incluía quatro ou cinco canções. E elas foram ganhando mais e mais espaço. Nesta turnê, mais de 20 músicas dos Beatles são tocadas a cada noite. E o espetáculo ainda prevê espaço para homenagens aos velhos companheiros de Beatles, como o momento em que Paul entoa o hino pacifista de John, Give Peace a Chance, ou quando, empunhando um ukulele (uma espécie de cavaquinho havaiano), ele canta Something, a balada romântica composta por George Harrison, sempre com imagens dos amigos sendo exibidas nos telões.

Com a morte de John em 1980 e de George em 2001, só restaram Ringo e Paul. Ringo, o baterista, não sai em turnês, o que faz dos shows de Paul oportunidades únicas de presenciar um lendário ex-beatle em ação.

Estrutura
Como se não bastasse a música em si, o público ainda terá à disposição uma excelente parafernália sonora, montada num palco de 26 metros de altura (equivalente a um prédio de 8 andares) por 62 metros de largura, equipados com dois telões de alta definição.

Ao público, algumas recomendações. A CET armou esquema especial de trânsito. Haverá, nas imediações do estádio, áreas específicas para o estacionamento de ônibus fretados, além de bolsões de taxi. O trânsito de veículos no entorno do estádio será interrompido a partir das 23h (veja no mapa ao lado) e algumas ruas terão sentido único. Quem quiser deixar o carro em casa, pode tirar dúvidas sobre linhas de ônibus pelo telefone 156.

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